No item Duas Curiosidades Sobre o Dízimo, o bispo ali mencionado exigiu urgentes providências de Deus, alegando ser um dizimista fiel. Cabe aqui uma pergunta: O que é ser um dizimista fiel? Em que consiste isso?
Há empresas comerciais que fazem promoções dos seus produtos, vendidos para serem pagos em prestações mensais, prometendo um brinde para o comprador que efetuar o pagamento no prazo do vencimento de cada prestação. Outras prometem que se o prestamista efetuar o pagamento no prazo, concorrerá ao sorteio de um automóvel ou de uma casa. Ela se empenha para fazer prestamistas fiéis. Podemos entender, então, que prestamista fiel é o que paga em dia suas prestações. E o dizimista fiel, o que ele deve fazer para merecer esse epíteto?
Ora, vimos que Deus estabeleceu todos os deveres de um dizimista. Parece-me lógico concluir que dizimista fiel é aquele que cumpre todas as condições estabelecidas por Deus, como acabamos de ver acima. Mas confeccionar uma fitinha ou pulseira e trazê-la no braço — ao modo dos devotos do Senhor do Bonfim — e nela inscrever: Ó, Deus! Não se esqueça que eu sou dizimista fiel, não faz de nenhuma pessoa um dizimista fiel. Deus não mandou pôr fitinha nem pulseira no braço, para lembrá-lo de qualquer coisa! Deus não tem memória curta. O homem, sim, é que precisa de lembretes, para não se esquecer dos mandamentos de Deus. Tanto que Deus ordenou aos hebreus, que usassem franjas ou borlas nos cantos das suas vestes, amarradas com fita azul, para que, vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor, e os cumprais; e não seguireis os desejos do vosso coração, nem o dos vossos olhos, após os quais andais adulterando [Números 15, Deuteronômio 22]. Alguma vez você foi instruído a usar franjas ou borlas nos cantos das vestes, amarradas com fita azul, para se lembrar dos mandamentos de Deus? Dá para perceber como os pregadores gostam de inventar coisas? Deus não mandou usar fitinha para lembrá-lo de alguma coisa, mas o pregador usa. Deus mandou usar franjas ou borlas na roupa, para o homem se lembrar dos mandamentos dele, mas o pregador não usa! Nem as promoções que são feitas em certas igrejas, de chamar os dizimistas fiéis à plataforma para receberem honrarias e uma oração especial; nem um certificado que lhe seja concedido, podem substituir o que Deus determinou que fosse feito. O que ele mandou a respeito do dízimo está expresso com clareza e muito bem detalhado nos textos bíblicos já citados. Não consta que ele tenha delegado poderes para alguém modificar suas instruções, reescrever a Bíblia e estabelecer novas regras. Os fariseus e os escribas é que costumavam modificar os preceitos de Deus, substituindo-os pelas suas tradições. E por causa disso, foram severamente repreendidos pelo Senhor Jesus [Mateus 15, Marcos 7]. Está escrito, e as regras do dízimo eram claras. Cabia aos judeus observá-las, como lhes fora determinado. E... zé fini!
O bispo acima referido se diz um dizimista fiel. Mas posso garantir que, à luz dos preceitos bíblicos, ele nunca foi, não é e nunca será um dizimista fiel. Ele não tem como satisfazer todas as condições e regras estabelecidas por Deus e claramente expressas na Bíblia. Ele pode até ser um ofertante generoso, um louvável contribuinte com dez por cento, vinte por cento, até com noventa por cento de toda a sua renda, ou com tudo! Mas nunca um dizimista bíblico, pois o dízimo ensinado nas igrejas não é o dízimo bíblico e nem se parece com ele!
O dizimista bíblico era um judeu que recebera uma herança na terra de Canaã. E dessa terra, tinha de separar todas as dízimas, tanto do grão do campo, como do fruto das árvores, do gado e do rebanho. Tinha de levar o dízimo ao lugar determinado por Deus e lá comer esse dízimo estando puro. No terceiro ano, tinha de distribuí-lo com o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva. Ao fazer essa entrega, tinha de recitar uma oração específica. Não podia dar do dízimo para a casa de nenhum morto, e nem dele comer estando impuro. E isso em nada se parece com o dízimo ensinado nas igrejas hoje. Qualquer outra prática diferente dessas estabelecidas por Deus é criação ou pura invencionice do homem. A lagartixa se parece muito com um filhote de jacaré, mas nunca chegará a tal. Lagartixa é lagartixa, jacaré é jacaré. O dízimo bíblico é o dízimo ordenado por Deus; o dízimo praticado nas igrejas é o dízimo criado e imposto pelo homem! Não estou dizendo que ele é bom nem que é ruim; se está certo ou se está errado; se traz bênção ou não. Estou afirmando que não é o dízimo exigido por Deus. Não é o dízimo mencionado por Malaquias.