DÍZIMO – O engano cavalgando a verdade
Copyright © 2006 Venefredo Barbosa Vilar
Revisão:
Pricilla Pereira Vilar
Samuel Barbosa Vilar
Venefredo Barbosa Vilar
Todos os direitos desta edição reservados ao autor
1ª Edição impressa, julho de 2006, tiragem esgotada!
Edição em CD, maio de 2008
Para pedidos:
E-mail: dizimo2006@hotmail.com
Para comentários sobre o livro:
E-mail: livrete.vbv.01@hotmail.com
lcvieira2008@ig.com.br
Revisão:
Pricilla Pereira Vilar
Samuel Barbosa Vilar
Venefredo Barbosa Vilar
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1ª Edição impressa, julho de 2006, tiragem esgotada!
Edição em CD, maio de 2008
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Prefácio
Antes que você descubra, quero lhe fazer uma honesta, mas triste confissão: Eu não sou escritor. Este livrete é apenas uma atrevida incursão numa aventura literária, e que talvez nem passe de uma simples arenga.
Ocorria sempre que, em conversa com uma ou outra pessoa sobre o dízimo, alguém me sugeria que eu escrevesse a respeito dos resultados a que eu tinha chegado em meus estudos particulares sobre esse assunto. Mas eu respondia: Não, isso foi apenas uma busca que eu fiz para o meu próprio consumo; era só para tirar algumas dúvidas que assaltavam os meus pensamentos de vez em quando. Na realidade, eu buscava descobrir também os motivos pelos quais nós os pregadores não revelávamos a verdade sobre os pais e a verdadeira identidade e natureza deste filho órfão, adotado pela maioria das igrejas evangélicas, chamado Dízimo, o qual, em alguns casos, se tornou quase senhor delas. Eu queria saber também porque os pregadores, por maioria, adotaram o Dízimo e não quiseram adotar outros irmãos dele, tais como o Sábado, a Primogenitura, a Circuncisão, o Levirato, discriminando-os sem motivos aparentes, pois todos eles foram, igualmente como o dízimo, adotados também pela Velha Aliança (a Lei). Seria porque o dízimo é rico e os seus irmãos, pobres?
Mas no comecinho deste ano de 2006, eu separei um tempo e resolvi colocar no papel o que estava na minha memória, e expor a verdade, desnudando-a diante da Igreja e revelando o engano que, com interesse e esperteza, foi montado em cima desse filho da Velha Aliança (a Lei), a qual, à semelhança do rei Jeorão, se foi sem deixar de si saudades [II Crônicas 21]. Faço-o também por desencargo de consciência, porque descortinando a verdade sobre esse polêmico tema, não poderia deixar de levá-la ao conhecimento da santa grei, visto que também já fui pregador do dízimo. Após uma honesta pesquisa e um criterioso estudo, revisei os meus conceitos sobre essa doutrina. E, agora, após o estudo sério deste livrete, se alguém ainda pregar que o dízimo é doutrina para a Igreja, não poderei considerá-lo um legítimo pregador, mas um enganador! E até me atrevo a convidar esse pregador para uma conversa amigável, mas muito séria sobre esse assunto, com mentes e Bíblias abertas: ele de lá e eu de cá, cara a cara, vis-à-vis, face to face. Proponho-me a lhe mostrar definitivamente que o dízimo não é doutrina bíblica para a Igreja. E mais. Que existem outros assuntos, sobre os quais o Senhor Jesus e os apóstolos falaram diversas vezes, com acentuada ênfase, e para os quais os pregadores não atentam com o mesmo afinco e interesse com que tratam o dízimo. Por que será? Será por quê?
Pasmem! Enquanto rabiscava estas páginas, deparei-me com um livrinho sobre o dízimo. Li-o com sofreguidão, para ver se achava alguma idéia interessante. Encontrei nele pouco mais do que a mesmice. Para ser justo, achei duas novidades: Uma. O Autor não citou um versículo sequer do Novo Testamento, para fundamentar o seu arrazoado. Nem mesmo aquele das três palavrinhas: sem omitir aquelas. Duas. Mas teve a coragem de atribuir a longevidade de Abraão, o primogênito de Terá [Gênesis 11], morto aos 175 anos [Gênesis 25], ao suposto fato de ter sido ele um dizimista fiel! Pois bem, diante dessa extraordinária descoberta científica, busquei na matemática a regra de três, para aferir essa descoberta; e, efetuados os cálculos, concluí que Matusalém (primogênito de Enoque — o homem que andava com Deus, e que Deus tomou para si — e avô de Noé [Gênesis 5]), morto aos 969 anos [Gênesis 5], devia pagar uns 55,37% dos seus ganhos, pois: 175 anos estão para 10 (dízimo), assim como 969 anos estão para X. Logo, X é igual a 55,37! Ou então Matusalém é que era dizimista fiel e não Abraão, pois viveu bem mais tempo do que ele! Confesso que essa leitura me causou um grande mal-estar. Por essas e por outras, esse Autor já me deixou uma profunda impressão de que ele não passa de um enganador.
Você já ouviu e leu isto muitas vezes e sabe que foi ELE quem disse: Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará [João 8]. Vamos então neste livrete investigar a verdade, fazendo um estudo sério e criterioso sobre o dízimo, e ilustrando-o com fatos atuais — alguns, bastante extravagantes, outros, até esdrúxulos. E descobrindo a verdade, você se libertará do engano e da opressão financeira religiosa. E de consciência tranqüila, sem medos e sem sustos, saberá como se portar diante dessa doutrina e dos doutrinadores, se você é ovelha. E se você é doutrinador, conhecendo bem essa verdade, deixará de impor essa doutrina equivocada, opressora e ameaçadora ao rebanho.
Sei que em alguns momentos, posso parecer irreverente no trato desse assunto, mas não é nada disso. São apenas recursos que eu uso para descontrair e aliviar um pouco a dor que o coração sente, ao ver tanta coisa que se impõe a esse povo santo, que foi libertado para a liberdade, submetendo-o de novo a jugo de escravidão [Gálatas 5].
E aí está o livrete. Peço-lhe, então, que ao lê-lo releve meus erros (pois descobri em tempo que eu não sou infalível!), e especialmente a falta de clareza das minhas explanações. E por causa disso, peço-lhe mais uma coisa: Quando a explanação de um texto não estiver muito clara, bem inteligível, leia-a novamente até que ela se torne clara e compreensível. É assim que hoje eu costumo fazer, quando estou diante de um texto pouco claro ou de difícil compreensão. Desde já, obrigado pela sua tolerância e condescendência. E vamos ao estudo.
(A tradução da Bíblia que eu uso é a de João Ferreira de Almeida, revista e atualizada, publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil nos idos de 1960. Dou essa informação, porque pode haver divergência de palavras na tradução, que não permita o mesmo entendimento).
Ocorria sempre que, em conversa com uma ou outra pessoa sobre o dízimo, alguém me sugeria que eu escrevesse a respeito dos resultados a que eu tinha chegado em meus estudos particulares sobre esse assunto. Mas eu respondia: Não, isso foi apenas uma busca que eu fiz para o meu próprio consumo; era só para tirar algumas dúvidas que assaltavam os meus pensamentos de vez em quando. Na realidade, eu buscava descobrir também os motivos pelos quais nós os pregadores não revelávamos a verdade sobre os pais e a verdadeira identidade e natureza deste filho órfão, adotado pela maioria das igrejas evangélicas, chamado Dízimo, o qual, em alguns casos, se tornou quase senhor delas. Eu queria saber também porque os pregadores, por maioria, adotaram o Dízimo e não quiseram adotar outros irmãos dele, tais como o Sábado, a Primogenitura, a Circuncisão, o Levirato, discriminando-os sem motivos aparentes, pois todos eles foram, igualmente como o dízimo, adotados também pela Velha Aliança (a Lei). Seria porque o dízimo é rico e os seus irmãos, pobres?
Mas no comecinho deste ano de 2006, eu separei um tempo e resolvi colocar no papel o que estava na minha memória, e expor a verdade, desnudando-a diante da Igreja e revelando o engano que, com interesse e esperteza, foi montado em cima desse filho da Velha Aliança (a Lei), a qual, à semelhança do rei Jeorão, se foi sem deixar de si saudades [II Crônicas 21]. Faço-o também por desencargo de consciência, porque descortinando a verdade sobre esse polêmico tema, não poderia deixar de levá-la ao conhecimento da santa grei, visto que também já fui pregador do dízimo. Após uma honesta pesquisa e um criterioso estudo, revisei os meus conceitos sobre essa doutrina. E, agora, após o estudo sério deste livrete, se alguém ainda pregar que o dízimo é doutrina para a Igreja, não poderei considerá-lo um legítimo pregador, mas um enganador! E até me atrevo a convidar esse pregador para uma conversa amigável, mas muito séria sobre esse assunto, com mentes e Bíblias abertas: ele de lá e eu de cá, cara a cara, vis-à-vis, face to face. Proponho-me a lhe mostrar definitivamente que o dízimo não é doutrina bíblica para a Igreja. E mais. Que existem outros assuntos, sobre os quais o Senhor Jesus e os apóstolos falaram diversas vezes, com acentuada ênfase, e para os quais os pregadores não atentam com o mesmo afinco e interesse com que tratam o dízimo. Por que será? Será por quê?
Pasmem! Enquanto rabiscava estas páginas, deparei-me com um livrinho sobre o dízimo. Li-o com sofreguidão, para ver se achava alguma idéia interessante. Encontrei nele pouco mais do que a mesmice. Para ser justo, achei duas novidades: Uma. O Autor não citou um versículo sequer do Novo Testamento, para fundamentar o seu arrazoado. Nem mesmo aquele das três palavrinhas: sem omitir aquelas. Duas. Mas teve a coragem de atribuir a longevidade de Abraão, o primogênito de Terá [Gênesis 11], morto aos 175 anos [Gênesis 25], ao suposto fato de ter sido ele um dizimista fiel! Pois bem, diante dessa extraordinária descoberta científica, busquei na matemática a regra de três, para aferir essa descoberta; e, efetuados os cálculos, concluí que Matusalém (primogênito de Enoque — o homem que andava com Deus, e que Deus tomou para si — e avô de Noé [Gênesis 5]), morto aos 969 anos [Gênesis 5], devia pagar uns 55,37% dos seus ganhos, pois: 175 anos estão para 10 (dízimo), assim como 969 anos estão para X. Logo, X é igual a 55,37! Ou então Matusalém é que era dizimista fiel e não Abraão, pois viveu bem mais tempo do que ele! Confesso que essa leitura me causou um grande mal-estar. Por essas e por outras, esse Autor já me deixou uma profunda impressão de que ele não passa de um enganador.
Você já ouviu e leu isto muitas vezes e sabe que foi ELE quem disse: Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará [João 8]. Vamos então neste livrete investigar a verdade, fazendo um estudo sério e criterioso sobre o dízimo, e ilustrando-o com fatos atuais — alguns, bastante extravagantes, outros, até esdrúxulos. E descobrindo a verdade, você se libertará do engano e da opressão financeira religiosa. E de consciência tranqüila, sem medos e sem sustos, saberá como se portar diante dessa doutrina e dos doutrinadores, se você é ovelha. E se você é doutrinador, conhecendo bem essa verdade, deixará de impor essa doutrina equivocada, opressora e ameaçadora ao rebanho.
Sei que em alguns momentos, posso parecer irreverente no trato desse assunto, mas não é nada disso. São apenas recursos que eu uso para descontrair e aliviar um pouco a dor que o coração sente, ao ver tanta coisa que se impõe a esse povo santo, que foi libertado para a liberdade, submetendo-o de novo a jugo de escravidão [Gálatas 5].
E aí está o livrete. Peço-lhe, então, que ao lê-lo releve meus erros (pois descobri em tempo que eu não sou infalível!), e especialmente a falta de clareza das minhas explanações. E por causa disso, peço-lhe mais uma coisa: Quando a explanação de um texto não estiver muito clara, bem inteligível, leia-a novamente até que ela se torne clara e compreensível. É assim que hoje eu costumo fazer, quando estou diante de um texto pouco claro ou de difícil compreensão. Desde já, obrigado pela sua tolerância e condescendência. E vamos ao estudo.
(A tradução da Bíblia que eu uso é a de João Ferreira de Almeida, revista e atualizada, publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil nos idos de 1960. Dou essa informação, porque pode haver divergência de palavras na tradução, que não permita o mesmo entendimento).
A quem não tem medo da verdade
Começo este estudo propondo uma pergunta, que cada leitor deve responder antes da leitura e estudo deste livrete. Você acredita que a prática do dízimo, como é ensinada na Bíblia, é para a Igreja? [ ] Sim [ ] Não [ ] Sem opinião
Antes de tudo, quero deixar bem claro que eu não tenho nada contra quem queira dar o dízimo à sua igreja ou ao pastor. Afinal, o dinheiro é seu, você o ganhou com o suor do rosto (espero!), portanto você faz dele o que bem lhe aprouver! Também não tenho a intenção de criar polêmica com este trabalho, embora esteja consciente de que vou desagradar a muitos pregadores. Nem tenho a presunção de ser o dono da verdade e de saber tudo; tanto que se você encontrar alguma coisa nesse arrazoado que não esteja bem fundamentada nos fatos e na Bíblia me alerte, por favor. Acho mesmo que muita coisa equivocada que se ensina sobre o dízimo — com raras exceções — deve-se à tradição ou ao costume: Eu ouvi e aprendi assim, como sendo a verdade; e ensinei assim, como sendo a verdade, sem ter examinado cuidadosamente o assunto por mim mesmo. (Não dizem por aí, que o uso do cachimbo entorta a boca?). Eu conheço defensor da prática do dízimo, que não entrega o dízimo. Ele defendeu a doutrina, fui verificar, e não achei o nome dele na execrável relação dos dizimistas, afixada na entrada do templo! E foi de tanto ouvir, ler e eu mesmo dizer disparates sobre o dízimo, que resolvi um dia fazer uma paciente e cuidadosa releitura da Bíblia, para descobrir por mim mesmo a verdade sobre esse assunto, com base exclusivamente nos textos bíblicos e nos fatos; e sem as influências das interpretações muito bem montadas, tendenciosas e interesseiras. Venho fazendo isso há mais de seis anos e sempre comparando com o que é ensinado. E a cada dia que passa, eu me convenço de que o que eu estou expondo aqui está correto.
Nos meus 53 anos de vida cristã evangélica, já ouvi, li e falei disparates desse jaez:
§ Como sabemos, o dízimo foi criado para o sustento dos levitas;
§ A única maneira de abrir as janelas dos céus é pagando o dízimo;
§ A prática do dízimo é fundamental para a nossa salvação;
§ Sou dizimista porque os pensamentos de Deus são mais altos. (Ainda não entendi o que o autor quer dizer com isso!);
§ O dízimo é para nós como o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal para Adão. Caso o comamos ou o retenhamos em casa ou o administremos, estaremos fazendo o mesmo que Adão fez, substabelecendo nossos direitos, bens, a família e toda nossa vida a Lúcifer e à própria morte. (Arre!).
Este é, pois, um livro escrito por quem busca a verdade e não tem medo dela; e se destina a quem igualmente busca a verdade e não tem medo dela. Se esse é o seu caso, continue lendo. Se não, desista agora, porque do contrário não vai tirar nenhum proveito desta leitura. Como se trata da busca da verdade, não é um livro para ser lido às pressas; especialmente porque serão indicadas muitas referências bíblicas, as quais devem ser buscadas e lidas. Portanto tire um tempo para lê-lo, ou melhor, para estudá-lo, com vagar e com muita atenção; e fazer uma avaliação criteriosa do seu conteúdo. Por ser um livro pequeno — daí ser chamado livrete —, dá para lê-lo duas ou mais vezes, em pouco espaço de tempo. Para compreendê-lo melhor e tirar maior proveito do estudo, o leitor precisa ter a Bíblia à mão e ler cuidadosamente as referências bíblicas indicadas; e, como ajuda, recorrer ao glossário no final do livrete, para rebater as dúvidas sobre as palavras pouco usuais. Eu diria que talvez esse estudo devesse ser feito em grupo ou por pelo menos duas pessoas juntas, pois enquanto uma pessoa lê o livro, a outra busca as referências bíblicas, e ambas lêem o texto e o comentam. Não deixe de fazer, ao fim de cada tópico, as anotações e os comentários que desejar.
Com o propósito de levar você a examinar por si mesmo os textos bíblicos, não vou indicar os versículos, como se faz comumente num estudo bíblico. Somente vou indicar o livro e o capítulo, e, eventualmente, transcrever um texto bíblico, para facilitar a compreensão. Não vou pôr a comida mastigada e digerida na sua goela, como fazem algumas aves com seus filhotes. Pois acredito que num estudo investigativo e criterioso da verdade, a indicação de um versículo isolado pode ser até muito perigosa. Veja: Eu ensino uma doutrina falsa, e digo que o fundamento dela está no versículo tal — às vezes, só no final dele, ou, como se costuma dizer, na parte b —, e você confere na hora, acha e se convence de que o que eu disse é verdadeiro. Ocorre que eu omiti o contexto e usei o pretexto, e você caiu direitinho no meu conto!
Exemplifico. Há pouco tempo, ao terminarmos a visita que fazíamos, minha amiga abriu a Bíblia e leu alguns versículos no livro de Jó, onde Elifaz, um dos seus três amigos, fez um discurso e emitiu conceitos sobre Deus. Todavia suspeitei que houvesse alguma coisa errada. Em casa, fui investigar. De fato, o que os amigos de Jó disseram a respeito de Deus tinha sido considerado por Deus mesmo inadequado, pecaminoso: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como meu servo Jó. Por causa disso, Elifaz teve de ir a Jó e pedir que oferecesse holocaustos por ele e pelos dois outros amigos. O contexto distante, ou melhor, o texto lá no fim do livro esclarece isso [Jó 42]. Um ano depois, encontrei a minha amiga e ela me contou que também já tinha se dado conta do equívoco. Imagine agora o desastre que seria um sermão pregado com bastante entusiasmo, tendo por base essas enganosas palavras de Elifaz e de seus dois amigos!
Antes de tudo, quero deixar bem claro que eu não tenho nada contra quem queira dar o dízimo à sua igreja ou ao pastor. Afinal, o dinheiro é seu, você o ganhou com o suor do rosto (espero!), portanto você faz dele o que bem lhe aprouver! Também não tenho a intenção de criar polêmica com este trabalho, embora esteja consciente de que vou desagradar a muitos pregadores. Nem tenho a presunção de ser o dono da verdade e de saber tudo; tanto que se você encontrar alguma coisa nesse arrazoado que não esteja bem fundamentada nos fatos e na Bíblia me alerte, por favor. Acho mesmo que muita coisa equivocada que se ensina sobre o dízimo — com raras exceções — deve-se à tradição ou ao costume: Eu ouvi e aprendi assim, como sendo a verdade; e ensinei assim, como sendo a verdade, sem ter examinado cuidadosamente o assunto por mim mesmo. (Não dizem por aí, que o uso do cachimbo entorta a boca?). Eu conheço defensor da prática do dízimo, que não entrega o dízimo. Ele defendeu a doutrina, fui verificar, e não achei o nome dele na execrável relação dos dizimistas, afixada na entrada do templo! E foi de tanto ouvir, ler e eu mesmo dizer disparates sobre o dízimo, que resolvi um dia fazer uma paciente e cuidadosa releitura da Bíblia, para descobrir por mim mesmo a verdade sobre esse assunto, com base exclusivamente nos textos bíblicos e nos fatos; e sem as influências das interpretações muito bem montadas, tendenciosas e interesseiras. Venho fazendo isso há mais de seis anos e sempre comparando com o que é ensinado. E a cada dia que passa, eu me convenço de que o que eu estou expondo aqui está correto.
Nos meus 53 anos de vida cristã evangélica, já ouvi, li e falei disparates desse jaez:
§ Como sabemos, o dízimo foi criado para o sustento dos levitas;
§ A única maneira de abrir as janelas dos céus é pagando o dízimo;
§ A prática do dízimo é fundamental para a nossa salvação;
§ Sou dizimista porque os pensamentos de Deus são mais altos. (Ainda não entendi o que o autor quer dizer com isso!);
§ O dízimo é para nós como o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal para Adão. Caso o comamos ou o retenhamos em casa ou o administremos, estaremos fazendo o mesmo que Adão fez, substabelecendo nossos direitos, bens, a família e toda nossa vida a Lúcifer e à própria morte. (Arre!).
Este é, pois, um livro escrito por quem busca a verdade e não tem medo dela; e se destina a quem igualmente busca a verdade e não tem medo dela. Se esse é o seu caso, continue lendo. Se não, desista agora, porque do contrário não vai tirar nenhum proveito desta leitura. Como se trata da busca da verdade, não é um livro para ser lido às pressas; especialmente porque serão indicadas muitas referências bíblicas, as quais devem ser buscadas e lidas. Portanto tire um tempo para lê-lo, ou melhor, para estudá-lo, com vagar e com muita atenção; e fazer uma avaliação criteriosa do seu conteúdo. Por ser um livro pequeno — daí ser chamado livrete —, dá para lê-lo duas ou mais vezes, em pouco espaço de tempo. Para compreendê-lo melhor e tirar maior proveito do estudo, o leitor precisa ter a Bíblia à mão e ler cuidadosamente as referências bíblicas indicadas; e, como ajuda, recorrer ao glossário no final do livrete, para rebater as dúvidas sobre as palavras pouco usuais. Eu diria que talvez esse estudo devesse ser feito em grupo ou por pelo menos duas pessoas juntas, pois enquanto uma pessoa lê o livro, a outra busca as referências bíblicas, e ambas lêem o texto e o comentam. Não deixe de fazer, ao fim de cada tópico, as anotações e os comentários que desejar.
Com o propósito de levar você a examinar por si mesmo os textos bíblicos, não vou indicar os versículos, como se faz comumente num estudo bíblico. Somente vou indicar o livro e o capítulo, e, eventualmente, transcrever um texto bíblico, para facilitar a compreensão. Não vou pôr a comida mastigada e digerida na sua goela, como fazem algumas aves com seus filhotes. Pois acredito que num estudo investigativo e criterioso da verdade, a indicação de um versículo isolado pode ser até muito perigosa. Veja: Eu ensino uma doutrina falsa, e digo que o fundamento dela está no versículo tal — às vezes, só no final dele, ou, como se costuma dizer, na parte b —, e você confere na hora, acha e se convence de que o que eu disse é verdadeiro. Ocorre que eu omiti o contexto e usei o pretexto, e você caiu direitinho no meu conto!
Exemplifico. Há pouco tempo, ao terminarmos a visita que fazíamos, minha amiga abriu a Bíblia e leu alguns versículos no livro de Jó, onde Elifaz, um dos seus três amigos, fez um discurso e emitiu conceitos sobre Deus. Todavia suspeitei que houvesse alguma coisa errada. Em casa, fui investigar. De fato, o que os amigos de Jó disseram a respeito de Deus tinha sido considerado por Deus mesmo inadequado, pecaminoso: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como meu servo Jó. Por causa disso, Elifaz teve de ir a Jó e pedir que oferecesse holocaustos por ele e pelos dois outros amigos. O contexto distante, ou melhor, o texto lá no fim do livro esclarece isso [Jó 42]. Um ano depois, encontrei a minha amiga e ela me contou que também já tinha se dado conta do equívoco. Imagine agora o desastre que seria um sermão pregado com bastante entusiasmo, tendo por base essas enganosas palavras de Elifaz e de seus dois amigos!
Duas curiosidades sobre o dízimo
Ao fazer a tal releitura da Bíblia, deparei-me com duas coisas muito curiosas a respeito do dízimo, as quais chamaram a minha atenção, e que eu vou lhe contar agora. Foi assim. Um dia, enquanto descansava de uma caminhada matinal, à sombra de uma frondosa árvore no campo, e com base na releitura de um texto que acabara de fazer, ocorreu-me uma extravagante e absurda pergunta, que ali mesmo elaborei nestes termos:
Onde na Bíblia, o dizimista foi instruído a beber pinga,
na casa de Deus, comprada com o dinheiro do dízimo?
Confesso que fiquei meio atarantado com essa possibilidade!
Alguns dias depois disso, criei coragem e fiz essa pergunta a um pastor. Ele pulou desta altura... e me disse com veemência: Não existe tal coisa na Bíblia! Caramba! E agora, será que eu disse uma asneira? Eu já estava assustado com o meu atrevimento, e fiquei mais ainda com a reação desse pastor. Porém outro pastor, equilibrado, sensato, conhecendo-me de longo tempo, a quem também fiz essa pergunta, pediu-me um prazo para pesquisar e responder. Dentro de alguns dias, telefonou-me dando a resposta. Ele havia achado o mesmo texto em que eu baseara essa pergunta! Não muito tempo depois, por telefone, eu fiz a dita pergunta a outro pastor. Disse-me ele que não sabia, e me pediu para indicar o texto. Insisti com ele, que procurasse. Mas ele me disse não dispor de tempo. Então sugeri que ele pedisse a um dos seus filhos para procurar para ele, ao que me respondeu: Não! Não posso deixar os meus filhos verem uma coisa dessas! Ele também tinha ficado assustado com essa possibilidade. Cinco anos depois, com euforia e com um largo sorriso, ele me deu a resposta. Não demorou muito, no velório de um pastor, encontrei um pastor conhecido que se fazia acompanhar de outro pastor (este estava vivo!), e lhes fiz a importuna pergunta. Eles responderam que não sabiam. Naquele mesmo instante se aproximou um professor de seminário; então o pastor disse: Este aqui sabe. Fiz-lhe a pergunta, e ele sem precisar abrir a Bíblia e sem pestanejar, deu a resposta certa na hora! Diante de tudo isso, a pergunta já não me pareceu tão extravagante e tão absurda.
E você aí que estuda a Bíblia, ensina, discipula, prega ou escreve sobre o dízimo, saberia dizer em que livro e capítulo fica o texto, em que se baseia essa importuna pergunta sobre essa tão difundida e defendida doutrina?
A segunda curiosidade que encontrei foi a oração do dizimista. Essa foi demais para mim. Eu nunca tinha ouvido ou lido qualquer coisa sobre essa oração. Não me ensinaram nadica de nada sobre ela. Ensinaram-me que tinha de pagar o dízimo de tudo, inclusive do meu salário bruto, pois se não pagasse estaria roubando a Deus e que, além de me privar das bênçãos, cairia nas maldições de Malaquias. E a todo o tempo, a oração do dizimista estivera lá na minha Bíblia — e deve estar na sua também —, conforme foi ordenado ao dizimista fazer! Como não pude enxergar tal coisa, se já havia lido a Bíblia muitas vezes? E aí, meu caro e assustado leitor, eu fiquei confuso, porque eu descobri que não poderia em sã consciência fazer essa oração para cumprir a ordenança bíblica, visto que se a fizesse estaria dizendo inverdades. Só o judeu podia fazê-la... e eu não sou judeu! Aí, entendi porque nunca me ensinaram essa oração e nem me falaram sobre ela. E lá vai o texto:
Dirás perante o Senhor teu Deus (esta é a oração do dizimista):
Tirei o que é consagrado de minha casa, e dei também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão e à viúva, segundo todos os teus mandamentos que me tens ordenado: nada transgredi dos teus mandamentos, nem deles me esqueci. Dos dízimos não comi no meu luto, e deles nada tirei estando imundo, nem deles dei para a casa de algum morto: obedeci à voz do Senhor meu Deus; segundo a tudo o que me ordenaste, tenho feito. Olha desde a tua santa habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo Israel, e a terra que nos deste, como juraste a nossos pais, terra que mana leite e mel.
Quer ler novamente essa oração bem devagar e com redobrada atenção, e ver se há possibilidade de um cristão pronunciá-la hoje, palavra por palavra, como foi determinado ao dizimista fazer, e sem faltar com a verdade?
Encontrei um católico na Internet, que entendeu que não era possível ao cristão fazer essa oração; então ele inventou uma. Ei-la:
Oração do Dizimista
Recebei Senhor, minha oferta!
Não é esmola, porque não sois mendigo.
Não é uma contribuição, porque não precisais.
Não é resto que me sobra que vos ofereço.
Essa importância representa, Senhor, meu reconhecimento, meu amor.
Pois se tenho, é porque me destes.
Amém.
A intenção desse católico dizimista pode ter sido boa, mas foi ingênua, pois não atendeu as instruções transmitidas por Moisés: São estes os estatutos e os juízos que cuidareis de cumprir na terra que vos deu o Senhor, Deus de vossos pais, para a possuirdes todos os dias que viverdes sobre a terra. Nem satisfez a exigência feita por Deus: Tudo o que eu te ordeno, observarás; nada lhe acrescentarás nem diminuirás [Deuteronômio 12].
Também não me parece apropriada nem condizente com a oração do dizimista, e muito menos ainda com o ensino evangélico, a oração de um bispo tupiniquim, que se diz dizimista fiel. Veja o seu testemunho: Imediatamente, como dizimista que sou, ergui o braço, em que uso a minha fita onde está escrito: “Ó, Deus! Não se esqueça que eu sou dizimista fiel”, e me pus a reivindicar os meus direitos. Orei: “Meu Deus, envia um anjo lá, agora, para resolver essa situação, pois, como dizimista, eu exijo uma solução. Amém”. (Grifei). [Folha Universal, n. 728, de 19 a 25 de março de 2006]. Esse bispo nem invocou o nome do Senhor Jesus, foi logo exigindo de Deus uma solução imediata para um problema, com base nos seus supostos méritos de dizimista fiel. Até parece um consumidor exigindo os seus direitos perante o fornecedor; ou alguém mandando o seu cão se deitar! Será que essa autoridade toda lhe adveio do fato de um bispo tê-lo consagrado bispo também? Achei essa oração muito insolente, estúpida e blasfema! Só porque alguém lhe deu o título de bispo, e ele carrega no pulso uma fitinha de dizimista fiel, deixou de ser servo do Senhor e passou a ser senhor do Senhor? Contenha-se, senhor bispo! Ou, como diria um político moderno: Recolha-se à sua insignificância!
Eu falei lá em cima que somente indicaria o livro e o capítulo. Mas nos dois casos citados acima, eu vou abrir uma exceção: não vou indicar nem o livro, nem o capítulo! Você que procure. Se você não achar, peça ao seu discipulador, pastor, bispo, apóstolo, paipóstolo ou patriarca (não sei se a ordem hierárquica é essa) para lhe mostrar os textos onde se encontram essas duas preciosas curiosidades.
Onde na Bíblia, o dizimista foi instruído a beber pinga,
na casa de Deus, comprada com o dinheiro do dízimo?
Confesso que fiquei meio atarantado com essa possibilidade!
Alguns dias depois disso, criei coragem e fiz essa pergunta a um pastor. Ele pulou desta altura... e me disse com veemência: Não existe tal coisa na Bíblia! Caramba! E agora, será que eu disse uma asneira? Eu já estava assustado com o meu atrevimento, e fiquei mais ainda com a reação desse pastor. Porém outro pastor, equilibrado, sensato, conhecendo-me de longo tempo, a quem também fiz essa pergunta, pediu-me um prazo para pesquisar e responder. Dentro de alguns dias, telefonou-me dando a resposta. Ele havia achado o mesmo texto em que eu baseara essa pergunta! Não muito tempo depois, por telefone, eu fiz a dita pergunta a outro pastor. Disse-me ele que não sabia, e me pediu para indicar o texto. Insisti com ele, que procurasse. Mas ele me disse não dispor de tempo. Então sugeri que ele pedisse a um dos seus filhos para procurar para ele, ao que me respondeu: Não! Não posso deixar os meus filhos verem uma coisa dessas! Ele também tinha ficado assustado com essa possibilidade. Cinco anos depois, com euforia e com um largo sorriso, ele me deu a resposta. Não demorou muito, no velório de um pastor, encontrei um pastor conhecido que se fazia acompanhar de outro pastor (este estava vivo!), e lhes fiz a importuna pergunta. Eles responderam que não sabiam. Naquele mesmo instante se aproximou um professor de seminário; então o pastor disse: Este aqui sabe. Fiz-lhe a pergunta, e ele sem precisar abrir a Bíblia e sem pestanejar, deu a resposta certa na hora! Diante de tudo isso, a pergunta já não me pareceu tão extravagante e tão absurda.
E você aí que estuda a Bíblia, ensina, discipula, prega ou escreve sobre o dízimo, saberia dizer em que livro e capítulo fica o texto, em que se baseia essa importuna pergunta sobre essa tão difundida e defendida doutrina?
A segunda curiosidade que encontrei foi a oração do dizimista. Essa foi demais para mim. Eu nunca tinha ouvido ou lido qualquer coisa sobre essa oração. Não me ensinaram nadica de nada sobre ela. Ensinaram-me que tinha de pagar o dízimo de tudo, inclusive do meu salário bruto, pois se não pagasse estaria roubando a Deus e que, além de me privar das bênçãos, cairia nas maldições de Malaquias. E a todo o tempo, a oração do dizimista estivera lá na minha Bíblia — e deve estar na sua também —, conforme foi ordenado ao dizimista fazer! Como não pude enxergar tal coisa, se já havia lido a Bíblia muitas vezes? E aí, meu caro e assustado leitor, eu fiquei confuso, porque eu descobri que não poderia em sã consciência fazer essa oração para cumprir a ordenança bíblica, visto que se a fizesse estaria dizendo inverdades. Só o judeu podia fazê-la... e eu não sou judeu! Aí, entendi porque nunca me ensinaram essa oração e nem me falaram sobre ela. E lá vai o texto:
Dirás perante o Senhor teu Deus (esta é a oração do dizimista):
Tirei o que é consagrado de minha casa, e dei também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão e à viúva, segundo todos os teus mandamentos que me tens ordenado: nada transgredi dos teus mandamentos, nem deles me esqueci. Dos dízimos não comi no meu luto, e deles nada tirei estando imundo, nem deles dei para a casa de algum morto: obedeci à voz do Senhor meu Deus; segundo a tudo o que me ordenaste, tenho feito. Olha desde a tua santa habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo Israel, e a terra que nos deste, como juraste a nossos pais, terra que mana leite e mel.
Quer ler novamente essa oração bem devagar e com redobrada atenção, e ver se há possibilidade de um cristão pronunciá-la hoje, palavra por palavra, como foi determinado ao dizimista fazer, e sem faltar com a verdade?
Encontrei um católico na Internet, que entendeu que não era possível ao cristão fazer essa oração; então ele inventou uma. Ei-la:
Oração do Dizimista
Recebei Senhor, minha oferta!
Não é esmola, porque não sois mendigo.
Não é uma contribuição, porque não precisais.
Não é resto que me sobra que vos ofereço.
Essa importância representa, Senhor, meu reconhecimento, meu amor.
Pois se tenho, é porque me destes.
Amém.
A intenção desse católico dizimista pode ter sido boa, mas foi ingênua, pois não atendeu as instruções transmitidas por Moisés: São estes os estatutos e os juízos que cuidareis de cumprir na terra que vos deu o Senhor, Deus de vossos pais, para a possuirdes todos os dias que viverdes sobre a terra. Nem satisfez a exigência feita por Deus: Tudo o que eu te ordeno, observarás; nada lhe acrescentarás nem diminuirás [Deuteronômio 12].
Também não me parece apropriada nem condizente com a oração do dizimista, e muito menos ainda com o ensino evangélico, a oração de um bispo tupiniquim, que se diz dizimista fiel. Veja o seu testemunho: Imediatamente, como dizimista que sou, ergui o braço, em que uso a minha fita onde está escrito: “Ó, Deus! Não se esqueça que eu sou dizimista fiel”, e me pus a reivindicar os meus direitos. Orei: “Meu Deus, envia um anjo lá, agora, para resolver essa situação, pois, como dizimista, eu exijo uma solução. Amém”. (Grifei). [Folha Universal, n. 728, de 19 a 25 de março de 2006]. Esse bispo nem invocou o nome do Senhor Jesus, foi logo exigindo de Deus uma solução imediata para um problema, com base nos seus supostos méritos de dizimista fiel. Até parece um consumidor exigindo os seus direitos perante o fornecedor; ou alguém mandando o seu cão se deitar! Será que essa autoridade toda lhe adveio do fato de um bispo tê-lo consagrado bispo também? Achei essa oração muito insolente, estúpida e blasfema! Só porque alguém lhe deu o título de bispo, e ele carrega no pulso uma fitinha de dizimista fiel, deixou de ser servo do Senhor e passou a ser senhor do Senhor? Contenha-se, senhor bispo! Ou, como diria um político moderno: Recolha-se à sua insignificância!
Eu falei lá em cima que somente indicaria o livro e o capítulo. Mas nos dois casos citados acima, eu vou abrir uma exceção: não vou indicar nem o livro, nem o capítulo! Você que procure. Se você não achar, peça ao seu discipulador, pastor, bispo, apóstolo, paipóstolo ou patriarca (não sei se a ordem hierárquica é essa) para lhe mostrar os textos onde se encontram essas duas preciosas curiosidades.
Como investigar?
Para facilitar a compreensão dos textos bíblicos que você vai ler, nessa busca da verdade sobre o dízimo, sugiro que use dois lápis de cor: um vermelho e o outro azul. Com o vermelho, marque toda frase que mencionar a terra (não o planeta Terra, mas a terra de Canaã — território geográfico), especialmente a expressão: Quando o Senhor teu Deus te introduzir na terra... e outras equivalentes. E com o azul, marque tudo que você encontrar sobre o dízimo. Já adianto: você não vai achar muita coisa para marcar de azul, não. Depois, leia esses textos marcados uma, duas, três ou mais vezes. Fazendo assim, você vai ver como a compreensão deste e de muitos outros assuntos ficará mais fácil.
Mas há duas coisas que eu reputo importantíssimas, e que você deve ter em mente quando estiver examinando o Pentateuco, ou seja, os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, também chamados pelos judeus de Torá de Moisés ou simplesmente Torá.
A primeira é a formação da nação israelita ou judaica. O povo hebreu (também chamado judeu ou israelita) viveu no Egito cerca de quatrocentos e trinta anos [Êxodo 12], e por muito tempo sob pesada escravidão [Êxodo 1]. Durante esse período, não teve templo, religião formal, ou leis próprias, e viveu na cultura e de acordo com as leis e os costumes do povo egípcio. Aliás, esse povo nem tinha experiências com Deus. Conhecia Deus somente de ouvir falar, e mesmo assim como Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó [Êxodo 6]. A única coisa que o ligava fortemente ao patriarca Abraão (fundador dessa raça) era a circuncisão, ou seja, uma marca que era feita no pênis (no pintinho) de cada menino aos oito dias de nascido. (Ai, coitadinho, sem anestesia!).
Quando Jacó, também chamado Israel [Gênesis 32], migrou de Canaã para o Egito, foi com um grupo de apenas setenta pessoas [Gênesis 46, Deuteronômio 10], ou de setenta e cinco, na contagem do diácono Estêvão [Atos 7], mas levava consigo a promessa de que Deus faria dele no Egito uma grande nação [Gênesis 46]. Agora, no regresso dos seus descendentes, deveria contar com nada menos de dois milhões de pessoas. O primeiro censo realizado logo após a saída do Egito, nos dá conta de que só de homens de vinte anos para cima, capazes de sair à guerra, eram seiscentos e três mil quinhentos e cinqüenta, sem contar os levitas [Números 1]. Quase quarenta anos depois, como preparação para a entrada na terra prometida, fez-se nova contagem. Veja o resultado: o número dos aptos para a guerra havia baixado para seiscentos e um mil setecentos e trinta; enquanto o número dos levitas subira de vinte e dois mil para vinte e três mil [Números 26].
A segunda é a promessa. Esse povo aguardava o cumprimento de uma promessa, que Deus fizera, sob juramento, aos três patriarcas, de que um dia a sua descendência possuiria a terra de Canaã [Gênesis 12, 26, 28]. Essa esperança era tão arraigada, que Jacó ou Israel — como passara a ser chamado —, depois de viver na terra do Egito durante dezessete anos, e aos cento e quarenta e sete de idade, sentindo a morte chegar, e já quase cego, chamou seu filho José e o fez jurar, com a mão sob a sua coxa, que não o enterraria no Egito, mas levaria seus restos mortais para serem enterrados na terra prometida, na caverna no campo de Macpela, que Abraão comprara de Efron, por quatrocentos siclos de prata, e onde tinham sido enterrados Sara, Abraão e Isaque [Gênesis 23, 35, 50]. Logo depois, expressou sua esperança: Eis que eu morro, mas Deus será convosco, e vos fará voltar à terra de vossos pais [Gênesis 47, 48]. E o próprio José, perto da morte, demonstrando também a sua esperança, fez seus irmãos jurarem que, quando Deus os visitasse para cumprir a promessa, levariam os seus ossos para a terra de Canaã, onde seriam sepultados. O que efetivamente foi feito [Gênesis 50, Êxodo 13, Josué 24].
Até que enfim chegou o grande e esperado dia do cumprimento da promessa!
A medida da iniqüidade dos amorreus se enchera e Deus viu a aflição do seu povo e desceu a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel [Gênesis 15, Êxodo 3].
Essas duas coisas são importantíssimas, porque os mandamentos, estatutos, testemunhos e juízos, entregues por Moisés a esse povo, tinham como propósito prepará-lo para viver em liberdade, governar-se a si mesmo como nação e a se tornar testemunhas de Jeová (não como esses modernos que vão em dupla, de casa em casa, vendendo revistas), no meio dos povos que habitavam a terra da promessa [Gênesis 12, 15; Êxodo 19; Deuteronômio 4, 6; Isaías 42, 43 e 44], pois desse povo viria a Salvação [I Crônicas 16, João 4]. De modo que, ao entrar na terra prometida, Israel não poderia mais viver de acordo com os costumes egípcios, em que vivera por mais de quatro séculos, nem adotar os costumes dos povos cananeus: Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos. Como viver então? Por isso lhe foi dada toda aquela legislação, que se encontra naqueles livros. Ali, estavam a sua Constituição (a Carta Magna), suas leis civis, militares, penais, trabalhistas, os direitos de família, os preceitos e cerimônias religiosos, todos fundamentais para a sua sobrevivência: Fareis segundo os meus juízos, e os meus estatutos guardareis, para andardes neles: Eu sou o Senhor vosso Deus. Portanto os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo os quais, o homem viverá por eles: Eu sou o Senhor vosso Deus [Levítico 18]. Também não se pode esquecer de que Israel seria uma teocracia, isto é, teria um governo em que a autoridade, emanada de Deus, seria exercida por seus representantes, ou seja, os sacerdotes.
Vejo, pois, esse povo, recém saído do cativeiro egípcio, como crianças, que tiveram de ser ensinadas sobre todas as coisas, até mesmo sobre as mais simples e algumas até bizarras: como tratar o animal do inimigo e do próximo [Êxodo 23, Deuteronômio 22]; a obrigação que tinha o sacerdote de usar cuecas [Êxodo 28]; o que fazer quando a mulher estivesse menstruada [Levítico 15]; o direito de retrovenda de imóvel residencial urbano [Levítico 25]; a execução da pena de morte [Deuteronômio 19]; as condições para convocação e dispensa dos homens para a guerra [Deuteronômio 20]; como tratar a mulher prisioneira; acerca dos filhos desobedientes [Deuteronômio 21]; a vestimenta que o homem e a mulher não deveriam usar; o procedimento para a captura de um passarinho (bem ecológica essa, não?); não misturar sementes de espécies diferentes na mesma área da lavoura; as relações sexuais proibidas [Deuteronômio 22]; a exclusão de pessoas da assembléia; a cobrança ou não de juros do irmão de raça ou do estrangeiro nos empréstimos de dinheiro; e, pasmem, até a fazer cocô! [Deuteronômio 23]. Desse modo, ao final da sua carreira e da sua vida, Moisés podia gabar esse povo dizendo: Eis que vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor meu Deus, para que assim façais no meio da terra que passais a possuir. Guardai-vos, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente este grande povo é gente sábia e entendida. Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que o invocamos? [Deuteronômio 4].
Mas há duas coisas que eu reputo importantíssimas, e que você deve ter em mente quando estiver examinando o Pentateuco, ou seja, os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, também chamados pelos judeus de Torá de Moisés ou simplesmente Torá.
A primeira é a formação da nação israelita ou judaica. O povo hebreu (também chamado judeu ou israelita) viveu no Egito cerca de quatrocentos e trinta anos [Êxodo 12], e por muito tempo sob pesada escravidão [Êxodo 1]. Durante esse período, não teve templo, religião formal, ou leis próprias, e viveu na cultura e de acordo com as leis e os costumes do povo egípcio. Aliás, esse povo nem tinha experiências com Deus. Conhecia Deus somente de ouvir falar, e mesmo assim como Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó [Êxodo 6]. A única coisa que o ligava fortemente ao patriarca Abraão (fundador dessa raça) era a circuncisão, ou seja, uma marca que era feita no pênis (no pintinho) de cada menino aos oito dias de nascido. (Ai, coitadinho, sem anestesia!).
Quando Jacó, também chamado Israel [Gênesis 32], migrou de Canaã para o Egito, foi com um grupo de apenas setenta pessoas [Gênesis 46, Deuteronômio 10], ou de setenta e cinco, na contagem do diácono Estêvão [Atos 7], mas levava consigo a promessa de que Deus faria dele no Egito uma grande nação [Gênesis 46]. Agora, no regresso dos seus descendentes, deveria contar com nada menos de dois milhões de pessoas. O primeiro censo realizado logo após a saída do Egito, nos dá conta de que só de homens de vinte anos para cima, capazes de sair à guerra, eram seiscentos e três mil quinhentos e cinqüenta, sem contar os levitas [Números 1]. Quase quarenta anos depois, como preparação para a entrada na terra prometida, fez-se nova contagem. Veja o resultado: o número dos aptos para a guerra havia baixado para seiscentos e um mil setecentos e trinta; enquanto o número dos levitas subira de vinte e dois mil para vinte e três mil [Números 26].
A segunda é a promessa. Esse povo aguardava o cumprimento de uma promessa, que Deus fizera, sob juramento, aos três patriarcas, de que um dia a sua descendência possuiria a terra de Canaã [Gênesis 12, 26, 28]. Essa esperança era tão arraigada, que Jacó ou Israel — como passara a ser chamado —, depois de viver na terra do Egito durante dezessete anos, e aos cento e quarenta e sete de idade, sentindo a morte chegar, e já quase cego, chamou seu filho José e o fez jurar, com a mão sob a sua coxa, que não o enterraria no Egito, mas levaria seus restos mortais para serem enterrados na terra prometida, na caverna no campo de Macpela, que Abraão comprara de Efron, por quatrocentos siclos de prata, e onde tinham sido enterrados Sara, Abraão e Isaque [Gênesis 23, 35, 50]. Logo depois, expressou sua esperança: Eis que eu morro, mas Deus será convosco, e vos fará voltar à terra de vossos pais [Gênesis 47, 48]. E o próprio José, perto da morte, demonstrando também a sua esperança, fez seus irmãos jurarem que, quando Deus os visitasse para cumprir a promessa, levariam os seus ossos para a terra de Canaã, onde seriam sepultados. O que efetivamente foi feito [Gênesis 50, Êxodo 13, Josué 24].
Até que enfim chegou o grande e esperado dia do cumprimento da promessa!
A medida da iniqüidade dos amorreus se enchera e Deus viu a aflição do seu povo e desceu a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel [Gênesis 15, Êxodo 3].
Essas duas coisas são importantíssimas, porque os mandamentos, estatutos, testemunhos e juízos, entregues por Moisés a esse povo, tinham como propósito prepará-lo para viver em liberdade, governar-se a si mesmo como nação e a se tornar testemunhas de Jeová (não como esses modernos que vão em dupla, de casa em casa, vendendo revistas), no meio dos povos que habitavam a terra da promessa [Gênesis 12, 15; Êxodo 19; Deuteronômio 4, 6; Isaías 42, 43 e 44], pois desse povo viria a Salvação [I Crônicas 16, João 4]. De modo que, ao entrar na terra prometida, Israel não poderia mais viver de acordo com os costumes egípcios, em que vivera por mais de quatro séculos, nem adotar os costumes dos povos cananeus: Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos. Como viver então? Por isso lhe foi dada toda aquela legislação, que se encontra naqueles livros. Ali, estavam a sua Constituição (a Carta Magna), suas leis civis, militares, penais, trabalhistas, os direitos de família, os preceitos e cerimônias religiosos, todos fundamentais para a sua sobrevivência: Fareis segundo os meus juízos, e os meus estatutos guardareis, para andardes neles: Eu sou o Senhor vosso Deus. Portanto os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo os quais, o homem viverá por eles: Eu sou o Senhor vosso Deus [Levítico 18]. Também não se pode esquecer de que Israel seria uma teocracia, isto é, teria um governo em que a autoridade, emanada de Deus, seria exercida por seus representantes, ou seja, os sacerdotes.
Vejo, pois, esse povo, recém saído do cativeiro egípcio, como crianças, que tiveram de ser ensinadas sobre todas as coisas, até mesmo sobre as mais simples e algumas até bizarras: como tratar o animal do inimigo e do próximo [Êxodo 23, Deuteronômio 22]; a obrigação que tinha o sacerdote de usar cuecas [Êxodo 28]; o que fazer quando a mulher estivesse menstruada [Levítico 15]; o direito de retrovenda de imóvel residencial urbano [Levítico 25]; a execução da pena de morte [Deuteronômio 19]; as condições para convocação e dispensa dos homens para a guerra [Deuteronômio 20]; como tratar a mulher prisioneira; acerca dos filhos desobedientes [Deuteronômio 21]; a vestimenta que o homem e a mulher não deveriam usar; o procedimento para a captura de um passarinho (bem ecológica essa, não?); não misturar sementes de espécies diferentes na mesma área da lavoura; as relações sexuais proibidas [Deuteronômio 22]; a exclusão de pessoas da assembléia; a cobrança ou não de juros do irmão de raça ou do estrangeiro nos empréstimos de dinheiro; e, pasmem, até a fazer cocô! [Deuteronômio 23]. Desse modo, ao final da sua carreira e da sua vida, Moisés podia gabar esse povo dizendo: Eis que vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor meu Deus, para que assim façais no meio da terra que passais a possuir. Guardai-vos, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente este grande povo é gente sábia e entendida. Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor nosso Deus, todas as vezes que o invocamos? [Deuteronômio 4].
Abraão, o dizimista
Geralmente Abraão é visto ou apresentado, nos nossos dias, por alguns pregadores desavisados, como um modelo de dizimista fiel.
Vamos examinar, então, esse ponto de vista. Abra a sua Bíblia e leia Gênesis 12, onde está o relato do começo da história dos hebreus ou judeus, como passaram a ser mais conhecidos. Aí está a chamada de Abrão (nome que mais tarde foi mudado para Abraão). Pode começar a usar o seu lápis vermelho. Eis a ordem de Deus: Sai da tua terra,... e vai para a terra que te mostrarei... Eis a obediência de Abraão: Partiram para a terra de Canaã e lá chegaram... Observe que ele foi chamado para sair da sua terra e ir para outra terra, que ele não conhecia. Tão logo chegou à terra de Canaã, Deus lhe revelou que essa era a terra. Eis a promessa de Deus: Darei à tua descendência esta terra. Logo depois, Abraão ficou sabendo que a posse dessa terra somente se concretizaria na sua descendência após quatro séculos: Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos. Mas também eu julgarei a gente a que têm de sujeitar-se; e depois sairão com grandes riquezas. E tu irás para teus pais em paz; serás sepultado em ditosa velhice. Na quarta geração tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus. Naquele mesmo dia fez o Senhor aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates [Gênesis 15].
E como Abraão não era bobo nem nada, sabendo que a posse da terra não viria no seu tempo, e que viveria nela como estrangeiro, deu um jeito de comprar um pedacinho de terra para sepultar sua mulher e, depois, ele mesmo ser também sepultado nela [Gênesis 23].
Já na terra de Canaã, Abraão se separou do seu sobrinho Ló. Abraão era um homem muito rico, possuidor de grande rebanho, de sorte que a terra já não comportava os dois, visto que Ló também tinha seu numeroso rebanho [Gênesis 13]. Após essa separação, Abraão teve de entrar numa guerra de quatro reis contra cinco para socorrer seu sobrinho, que tinha sido levado cativo. Ele lutou do lado dos cinco, e dela se saiu vencedor. Então Abraão deu ao misterioso rei e sacerdote Melquisedeque o dízimo de tudo [Gênesis 14]. Não das dízimas da terra prometida, pois ele nunca teve a posse da terra! Foi um gesto voluntário e de acordo com os costumes antigos. Não havia preceito. Agora, veja à luz do próprio texto e de Hebreus 7, que nesse tudo não estavam incluídos as dízimas da terra, tanto do grão do campo, como do fruto das árvores [Levítico 27], nem os bens particulares de Abraão: seu gado, seu ouro e prata, mas somente os despojos, ou seja, os bens que eles tinham tomado dos inimigos derrotados. Aliás, bens que Abraão até desprezou, visto que nada quis daquilo para si, posto que, além de ser um homem muito rico, recebera recentemente muitos presentes do Faraó do Egito. Observe que ele foi para essa guerra com 318 homens guerreiros, dos mais capazes, nascidos em sua casa, isto é, filhos dos seus servos e servas, o que denota o quanto ele era rico [Gênesis 12, 13, 14]. Portanto não houve nesse gesto de dar o dízimo a Melquisedeque o hoje tão propalado sacrifício, que libera as bênçãos provenientes da entrega do dízimo, e que alguns pregadores procuram inculcar nos dizimistas!
Reflita e responda: Ficaria bem você entrar numa briga e espoliar alguém e levar ao tesoureiro da igreja o dízimo desse espólio? [ ] Sim [ ] Não. Acha que esse dízimo seria aceito e se tornaria em fonte de bênção? [ ] Sim [ ] Não
Considere isto: temos notícia de uma única vez que Abraão pagou o dízimo; e só por isso é hoje geralmente chamado de dizimista pelos pregadores afoitos. Porém a mesma Bíblia registra que ele mentiu duas vezes: ao Faraó do Egito e a Abimeleque, rei de Gerar [Gênesis 12, 20].
Reflita outra vez e responda: Seria correto hoje, com mais razão ainda, só por causa dessas duas mentiras, chamá-lo de mentiroso? [ ] Sim [ ] Não
Se você respondeu Sim para essa última pergunta, pode-se dizer que Abraão foi dizimista uma vez e mentiroso duas vezes; e isso justificaria chamá-lo também de mentiroso e não somente de dizimista!
Vamos examinar, então, esse ponto de vista. Abra a sua Bíblia e leia Gênesis 12, onde está o relato do começo da história dos hebreus ou judeus, como passaram a ser mais conhecidos. Aí está a chamada de Abrão (nome que mais tarde foi mudado para Abraão). Pode começar a usar o seu lápis vermelho. Eis a ordem de Deus: Sai da tua terra,... e vai para a terra que te mostrarei... Eis a obediência de Abraão: Partiram para a terra de Canaã e lá chegaram... Observe que ele foi chamado para sair da sua terra e ir para outra terra, que ele não conhecia. Tão logo chegou à terra de Canaã, Deus lhe revelou que essa era a terra. Eis a promessa de Deus: Darei à tua descendência esta terra. Logo depois, Abraão ficou sabendo que a posse dessa terra somente se concretizaria na sua descendência após quatro séculos: Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos. Mas também eu julgarei a gente a que têm de sujeitar-se; e depois sairão com grandes riquezas. E tu irás para teus pais em paz; serás sepultado em ditosa velhice. Na quarta geração tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus. Naquele mesmo dia fez o Senhor aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates [Gênesis 15].
E como Abraão não era bobo nem nada, sabendo que a posse da terra não viria no seu tempo, e que viveria nela como estrangeiro, deu um jeito de comprar um pedacinho de terra para sepultar sua mulher e, depois, ele mesmo ser também sepultado nela [Gênesis 23].
Já na terra de Canaã, Abraão se separou do seu sobrinho Ló. Abraão era um homem muito rico, possuidor de grande rebanho, de sorte que a terra já não comportava os dois, visto que Ló também tinha seu numeroso rebanho [Gênesis 13]. Após essa separação, Abraão teve de entrar numa guerra de quatro reis contra cinco para socorrer seu sobrinho, que tinha sido levado cativo. Ele lutou do lado dos cinco, e dela se saiu vencedor. Então Abraão deu ao misterioso rei e sacerdote Melquisedeque o dízimo de tudo [Gênesis 14]. Não das dízimas da terra prometida, pois ele nunca teve a posse da terra! Foi um gesto voluntário e de acordo com os costumes antigos. Não havia preceito. Agora, veja à luz do próprio texto e de Hebreus 7, que nesse tudo não estavam incluídos as dízimas da terra, tanto do grão do campo, como do fruto das árvores [Levítico 27], nem os bens particulares de Abraão: seu gado, seu ouro e prata, mas somente os despojos, ou seja, os bens que eles tinham tomado dos inimigos derrotados. Aliás, bens que Abraão até desprezou, visto que nada quis daquilo para si, posto que, além de ser um homem muito rico, recebera recentemente muitos presentes do Faraó do Egito. Observe que ele foi para essa guerra com 318 homens guerreiros, dos mais capazes, nascidos em sua casa, isto é, filhos dos seus servos e servas, o que denota o quanto ele era rico [Gênesis 12, 13, 14]. Portanto não houve nesse gesto de dar o dízimo a Melquisedeque o hoje tão propalado sacrifício, que libera as bênçãos provenientes da entrega do dízimo, e que alguns pregadores procuram inculcar nos dizimistas!
Reflita e responda: Ficaria bem você entrar numa briga e espoliar alguém e levar ao tesoureiro da igreja o dízimo desse espólio? [ ] Sim [ ] Não. Acha que esse dízimo seria aceito e se tornaria em fonte de bênção? [ ] Sim [ ] Não
Considere isto: temos notícia de uma única vez que Abraão pagou o dízimo; e só por isso é hoje geralmente chamado de dizimista pelos pregadores afoitos. Porém a mesma Bíblia registra que ele mentiu duas vezes: ao Faraó do Egito e a Abimeleque, rei de Gerar [Gênesis 12, 20].
Reflita outra vez e responda: Seria correto hoje, com mais razão ainda, só por causa dessas duas mentiras, chamá-lo de mentiroso? [ ] Sim [ ] Não
Se você respondeu Sim para essa última pergunta, pode-se dizer que Abraão foi dizimista uma vez e mentiroso duas vezes; e isso justificaria chamá-lo também de mentiroso e não somente de dizimista!
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